Criola lança no Dia Internacional de Luta Pela Saúde da Mulher e o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, 28 de maio, uma campanha de sensibilização sobre o tema. A ação enfatiza os direitos da mulher à vida e à saúde, com ênfase na saúde sexual e reprodutiva, sem racismo ou qualquer outra forma de discriminação, através de um relatório e um conjunto de postais, que serão divulgados nas redes sociais.
Os postais foram elaborados a partir das recomendações que a ONU fez ao Brasil para reduzir a mortalidade materna depois da morte de Alyne Pimentel – jovem, negra, grávida, moradora de Belford Roxo (Baixada Fluminense/RJ). De fato, o Brasil conseguiu uma redução. No entanto, os esforços foram insuficientes para alterar o panorama da mortalidade materna em Belford Roxo.
Atualmente, esse município apresenta índice de mortalidade materna de 91,4 casos a cada 100 mil nascimentos. Para efeitos comparativos, o Brasil tem 62 casos para 100 mil nascidos. Mas a meta estabelecida pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ONU) era de 35 mortes por 100 mil.
Enquanto o relatório aponta a gravidade da situação em Belford Roxo, identificando, através dos índices do Ministério da Saúde, quem são essas mulheres e o que as leva a óbito, as peças projetam a mulher negra como conhecedora de seus direitos e sobre a importância deles para mudar esse panorama.
As peças também destacam informações sobre os mais diferentes direitos relacionados à saúde da mulher de forma ampla: à vida, à saúde sexual, à saúde reprodutiva, à gravidez, parto e pós-parto seguros, sadios, humanizados e livres de racismo ou qualquer outra forma de discriminação.
O material, desenvolvido com apoio do UNFPA, será publicado nas nas redes sociais, em especial Facebook, Twitter e Instagram. De maio a julho, os onze cartazes também serão veiculados no site de Criola e da Plataforma Alyne – Em defesa das Mulheres Negras. A expectativa é que a campanha sensibilize e mobilize a sociedade para reduzir a mortalidade materna com garantia e acesso a direitos.